No Brasil, a jornada de trabalho está regulamentada por leis que visam garantir condições dignas para os trabalhadores. Uma das formas de organização mais comuns no país é a chamada escala 6×1, bastante utilizada em empresas que exigem operação contínua, como indústrias, comércios, restaurantes, shoppings e setores de serviços. Recentemente, o tema ganhou ainda mais relevância com a proposta de redução da jornada de trabalho.
Neste artigo, vamos entender o que é a escala 6×1 e como funciona, além de examinar o que a nova proposta pretende mudar em relação ao modelo atual.
O Que é a Escala 6×1 e Como Funciona?
A escala 6×1 é um modelo de organização de jornada de trabalho em que o trabalhador atua por seis dias consecutivos e descansa no sétimo. Em outras palavras, após cada seis dias de trabalho, o colaborador tem direito a um dia de folga. Esse sistema é comumente adotado em atividades que demandam continuidade, garantindo que haja revezamento entre os trabalhadores e o funcionamento ininterrupto da operação.
Para entender melhor como funciona a escala 6×1, é importante saber que ela se ajusta à carga horária máxima semanal de 44 horas prevista pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Isso significa que, durante a semana, o trabalhador deve cumprir jornadas diárias que somem, ao final do período, essas 44 horas ou menos. Por exemplo, ele pode trabalhar 7 horas e 20 minutos por dia, respeitando o limite semanal e o descanso semanal remunerado.
O Que Diz a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) Para Reduzir a Jornada de Trabalho?
Nos últimos anos, tem havido um movimento crescente para reduzir a jornada de trabalho semanal. Esse debate está baseado em estudos que indicam que jornadas mais curtas podem aumentar a produtividade, reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.
A proposta de reduzir a jornada de trabalho (PEC – Proposta de Emenda Constitucional) vem sendo discutida e pode impactar diretamente a escala 6×1, que hoje exige uma carga horária considerável.
A ideia central da proposta é reduzir a jornada semanal de 44 para 40 horas ou menos, dependendo do setor e da ocupação. Isso possibilitaria que os trabalhadores tivessem mais tempo livre, impactando positivamente sua saúde mental e física.
Para a escala 6×1, essa mudança poderia significar uma redistribuição das horas, com jornadas diárias mais curtas, ou até mesmo a necessidade de adotar novos formatos, como a escala 5×2, em que o trabalhador tem dois dias de descanso por semana.
A possível redução da jornada de trabalho seria benéfica tanto para os colaboradores quanto para as empresas. Do lado do trabalhador, ter menos horas de trabalho e mais descanso pode melhorar a motivação e a produtividade.
Já para as empresas, embora possam surgir desafios iniciais para adaptação (há quem diga que a empresa terá mais custos e estes serão repassados para o produto ou consumidor), é possível que, a longo prazo, elas observem menos absenteísmo e uma maior dedicação dos funcionários.
Proposta de redução da jornada já tem assinaturas necessárias e poderá ter 36 horas semanais
Proposta de redução da jornada já tem as assinaturas necessárias para ser protocolada e avaliada pela casa legislativa.
A proposta inicial reduz a jornada máxima de trabalho para 36 horas semanais, em quatro dias por semana. Um dos setores que mais adota o regime de trabalho 6×1 é o do comércio, que emprega cerca de 10,5 milhões de trabalhadores no Brasil, segundo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
No projeto da proposta, se a lei for aprovada, diz que é para entrar em vigor 360 dias após a data da sua publicação.
Considerações finais
Entender o que é a escala 6×1 e como funciona ajuda a visualizar a realidade de muitos trabalhadores brasileiros que lidam com longas jornadas semanais.
A proposta de redução da jornada de trabalho apresenta uma possibilidade positiva para transformar essa realidade, oferecendo melhores condições para o trabalhador e um ambiente mais produtivo para as empresas. E propõe:
- Adoção do modelo 4×3, ou seja, 3 dias de folga para cada 4 dias trabalhados;
- Reduzir a jornada de trabalho de 44h semanais para 36h semanais
Pontos Principais:
A Favor:
- Redução de casos de burnout (afeta 30% dos trabalhadores brasileiros).
- Mais tempo para família, estudo e lazer.
- Melhoria na produtividade com trabalhadores mais descansados.
Contra:
- Aumento de custos para empresas devido à necessidade de mais funcionários.
- Dificuldade de implementação em setores essenciais, como saúde e varejo.
À medida que as discussões avançam, é importante acompanhar como as possíveis mudanças poderão impactar o modelo de trabalho e trazer benefícios para toda a sociedade.
por: Ligia Barcelos
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